quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Assuntos triviais


    Para conseguir escrever todos os dias, acredito que precisarei escrever sobre assuntos do meu cotidiano. Não necessariamente uma reflexão sobre questões do mundo atual.

    Quando comecei a escrever esse texto (ontem) a idéia era outra.

    Ainda pretendo escrever sobre o cotidiano, mas ontem eu escreveria sobre algo diferente. Hoje, porém, só consigo pensar em uma coisa: dor de cabeça.

    Por conta do calor excessivo, dormi duas noites com a janela aberta, pegando uma agradável brisa da madrugada. O grande problema é que a cada nova manhã, eu notei que a minha cabeça estava doendo cada vez mais. Acho que a minha sinusite voltou com tudo.

    Eu não tinha nenhuma crise há muito tempo. Quando eu era adolescente, eu tinha crises sérias de sinusite. Logo ao acordar, cedo pela manhã, é o pior horário. Eu convencia a minha mãe de que eu deveria ficar em casa. Mas era sincero da minha parte. Eu nunca fui de "matar aula". O grande problema é que ao longo do dia a dor ia passando. No final da tarde eu já estava ótimo. O que fazia tudo parecer um plano meu para não ter ido à escola pela manhã. 

    O detalhe é que agora são 14h22. E a dor continua terrível. É diferente da minha adolescência. Acho que a sinusite muda conforme envelhecemos.

    (Bah, continuo com dificuldades com esse novo teclado. Perco as contas de quantas vezes tenho que reescrever por ficar esbarrando nas teclas ao lado.)

    Nem sei direito onde quero chegar com o que escrevo aqui. Acho que é só um desabafo. Uma queixa que ninguém quer ouvir. Se fosse para escrever isso em um papel, acho que não valeria a pena. Desperdício de papel. Mas como vou apenas ocupar alguns kBs da infinita nuvem internética, acho que não faz mal. Tanta porcaria é postada. Pensando assim, até me sinto menos culpado em postar lamúrias. Se comparar com o restante. Não estou mentindo, não estou prejudicando ninguém, não estou induzindo ninguém ao erro, não estou propagando desinformação, não estou prejudicando a natureza...

    Após refletir um pouco mais, estou começando a achar que esse será um dos melhores textos que serão postados hoje.

    PS: não revisarei. Ficará com erros e typos.

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

ChatGPT

    Estou participando de uma apresentação sobre Generative AI, por conta do trabalho.

    Um dos participantes fez um questionamento sobre como lidar com os desafios da abordagem de "Cloud First" e como melhor posicionar uma arquitetura "On-Premise". O apresentador acabou não respondendo. Como a apresentação era sobre AI, qual melhor e mais pop exemplo dos nossos tempos do que o ChatGPT?

    Após me certificar de que o ChatGPT sabia "falar" português, apenas colei o questionamento na ferramenta, sem editar, sem estruturar a linguagem, sem corrigir erros de concordância... E qual não foi a minha surpresa, ao receber uma resposta perfeitamente plausível com muitos inputs razoáveis e argumentos interessantes.

    Eu já tinha utilizado o ChatGPT para "minerar" os termos mais utilizados em uma planilha não estruturada, então meio que sabia da capacidade do troço. Ainda assim, confesso que fiquei impressionado com a resposta para esse novo questionamento acima mencionado.

    Como o bicho está aberto ali na outra aba, resolvi fazer uma pergunta que eu já tinha feito no YouTube: "é possível tocar tango em uma gaita ponto de oito baixos?".

    A resposta foi certeira.

    Fiquei matutando aqui nas possíveis implicações dessas respostas tão convincentes. Certamente não tenho capacidade de transcrever aqui de uma maneira coesa esses meus pensamentos soltos. Mas ele está ali, na outra aba. Só na espreita enquanto eu devaneio.

domingo, 26 de novembro de 2023

A supervalorização de textos

    Quando começamos a escrever sem ter a menor idéia de onde chegaremos com o texto, tenho a impressão de que coisa boa não sairá.

    Eu particularmente acho interessante o quanto esse tipo de texto é super valorizado. Não pelos (poucos ou inexistentes) leitores, mas sim pelo próprio autor. Não raro todo mundo que se dedica a escrever algo tem a impressão que está escrevendo uma espécie de obra de arte. Não sei se é por vaidade, por achar que realmente tem algo tri importante a dizer, ou se simplesmente é porque não gostaria de admitir que horas de esforço seriam "jogadas fora".

    Um detalhe relevante que aspirantes a escritores deixam escapar é que escrever demanda treino. Treino diário. Tirando alguns poucos gênios da humanidade (dentre os quais nem eu e nem tu estamos), todo o resto das pessoas precisam treinar muito para alcançar um objetivo razoável.

    Ninguém que tem a pretensão de correr uma maratona sairá de casa no primeiro dia com essa idéia fixa na cabeça e percorrerá 42 km. Da mesma forma, ninguém sairá escrevendo sem idéia, sem técnica, sem estilo, apenas com força de vontade e presunção, e concluirá um livro. Nem mesmo um livro medíocre ou ruim. Tá, ok. Talvez um livro muito, muito ruim saia, se a única métrica a ser levada em consideração for quantidade de páginas.

    Se eu realmente conseguir escrever todos os dias, talvez eu revisite assuntos. Não tem comoter uma idéia todo dia. Pelo menos, não para mim.

    Talvez possa vir a ser algo interessante. De repente, ao revisitar um assunto eu consiga me aprofundar...

    Só espero não repetir assuntos. Como quando uma pessoa está velha e fica repetindo as histórias. Isso realmente seria algo terrível para... para ninguém, afinal de contas. Ninguém lerá nada disso.

sábado, 25 de novembro de 2023

Comprei um novo teclado

    Oi.

    Comprei um novo teclado. Será que isso, de alguma forma, me estimulará a escrever?

    É um teclado mecânico que, em tese, produz um som agradável e nos dá uma sensação táctil mais interessante.

    (Não tinha certeza se escrevia-se "táctil" ou "tátil". Após uma rudimentar pesquisa no Google, aparentemente em Portugal se escreve "táctil" e no Brasil se escreve "tátil")

    Acho que inventamos desculpas esfarrapadas para justificar o que deixamos de fazer. "Hoje está chovendo", "Hoje está frio", "Hoje está quente", "O meu teclado é de membrana".

    Sinto que estou travado. Não nos meus textos que deveriam ser diários. Mas em tudo.

    Recentemente li sobre Quiet Quitting. Não vou me ater a explicar o significado dessa expressão. Mas o fato é que fiquei pensando se não estou fazendo isso. Eu me esforcei muito para conseguir o emprego que tenho. E o que percebo é que agora faço o mínimo possível. Até tento participar de algumas iniciativas como "Comitê de Ética" e alguns outros grupos, mas só ajo reativamente.

    Tenho me interessado por relógios de pulso. Por mais que eu goste, fico pensando se não é só mais uma válvula de escape que me faz comprar porcarias que não preciso para que eu sinta algum tipo de felicidade e senso de completude (isso existe? na minha cabeça fez sentido).

    O novo teclado que comprei tem o padrão "US International". Não é ABNT-2. Isso tem me atrapalhado um pouco.

quinta-feira, 25 de maio de 2023

Porque norte-americanos são gordos


    Ligaram-se que escrevi "porque" e não "por que"?

    Isso mesmo: eu darei a resposta!

    Dia desses estava me deparando com a minha própria falta de atividade física e em como isso já refletia-se em uma rotunda e proeminente barriga. Não há dúvidas que meus hábitos atuais contribuem. Também não há dúvidas que o hábito de tomar alguns vinhos e cervejas - ah, e uísque no final de semana, socialmente - acentuam a questão. Mas, apesar da minha ignorância no assunto, sinto que é a falta de exercício físico que mais compromete a minha saúde.

    Absorto nesses pensamentos do cotidiano, pensei sobre os estadunidenses ao assistir "Quilos Mortais". Que programa.

    Nossos amigos da parte de cima das Américas exportaram para o mundo o seu estilo de alimentação. A não saudável e deliciosa comida como hambúrguer, cachorro quente, etc. Mas (e aqui volta com tudo a minha ignorância e falta de pesquisa) acho, sinceramente, que não é o consumo, nem o excesso de consumo dessas iguarias que isoladamente compromete a silhueta dessa galera.

    É um consenso entre os especialistas o quanto a atividade física é importante para a saúde. Diferentes tipos de exercícios, com enfoque no ganho de massa muscular ou ainda com um direcionamento mais cardiovascular... E é precisamente nesse ponto que pensei em outro aspecto do estilo de vida norte-americano: os esportes que eles mais gostam.

    O beisebol. Um esporte adorado por aquelas bandas. Uma lenga lenga de horas e mais horas. Sim, tem umas corridas em 1% do tempo, mas grande parte se resume à gente caminhando e dando umas cusparadas. Se alguém fosse depender do beisebol para emagrecer poderia esperar sentado - como, aliás, fazem os jogadores.

    O futebol americano. "Ah, mas esse tem bastante gente correndo", vocês poderiam pensar. Realmente, alguns dos atletas são velozes. Porém, a grande maioria, são uns caras enormes e pesadões que em tese deveriam bloquear os velozes. É claro que na maioria das vezes não conseguem. Ah, sem falar na coisa toda arrastadíssima. Toda hora o jogo é parado, interrompido... Não é a toa que botam um show no intervalo lá da final. Afinal, algo tem que animar esse jogo.

    Por fim, a elite: o golfe. Um pessoal almofadinha que não carrega suas próprias mochilas e fica andando de carrinho. Sério...

    "Mas e o basquete?". Ah, não estraguem a minha tese.

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Fogo de palha


    Quatro textos em quatro dias seguidos. Três rascunhos de alguns dias após, todos os três com mais de um ano. Pequenas idéias sobre as quais não tenho a mais remota noção do rumo que tomariam ou sobre o que eu estava pensando naquele momento.

    Isso foi tudo o que consegui na minha empreitada escrevendo. E até acho que não escrevo assim tão miseravelmente. Nem vou lhes dizer, fanstasmas (na concha), que tenho a pretensão de escrever algo revolucionário e que tenha a capacidade de abrir a mente de alguém. O que eu queria, realmente, era apenas escrever algo que de vez em quando fizesse alguém dar um sorrisinho. Daqueles internos, quando só a nossa mente sente. Mas com a minha dedicação patética, o máximo que conseguirei será escrever quatro textos por ano em que me queixo da vida...

    Meu nariz está meio entupido, mas acho que não estou com gripe.

    Engraçado eu escrever mencionando que eu queria escrever para que alguém desse um sorrisinho. É como eu suspeitava: escrever para mim - ao menos por enquanto - não é um exercício mental e de reflexão. É apenas mais uma tentativa de aprovação por parte de outras pessoas. Assim como tirar fotos e postar no Instagram, assim como fazer vídeos e postar no Tik Tok, assim como escrever curtas lacrações e postar no Twitter.

    Bom, em minha defesa

    (será que alguém consegue escrever sem ficar apagando o que escreveu? Uma vez um Professor de Português me disse que tinha lido um livro sem nenhuma pontuação. "Mas é literatura", ele se apressou em acrescentar)

    Bom, em minha defesa eu já tinha escrito aqui que ninguém está acima dessa necessidade de aprovação. É verdade que uns necessitam mais, outros menos. Logo, incoerente acho que não estou sendo. Muito embora alguém possa mudar de opinião. Ninguém precisa levar convicções da época da adolescência para a cova.

quarta-feira, 16 de março de 2022

Agenda


    Se eu não travar a minha agenda durante o dia, não escreverei nunca.

    Hoje fiquei trabalhando até as 22h.

    De alguma forma as coisas são estruturadas de uma maneira na qual temos que nos sentir gratos por isso.

    Engraçado.

terça-feira, 15 de março de 2022

Era inevitável

   No fundo eu já sabia. Era inevitável. Estou deitado em minha cama, quase dormindo após um generoso cálice de vinho e tentando escrever o meu post diário.

   Vinte minutos? Sem a menor chance.

   Mas, de alguma forma, estou satisfeito com o meu comprometimento. 

   Queria ter uma carga de trabalho menor. 

   Meus pensamentos estão tão curtos que esse texto está parecendo um poema, para alguém que olhe mais desatento. 

segunda-feira, 14 de março de 2022

Vinte minutos de leitura

     Vinte minutos de leitura. Essa era a outra dica que o famoso rapaz dava. Vinte minutos de escrita, vinte minutos de leitura e vinte minutos de exercícios em meio à natureza.

    Não qualquer leitura. Leitura de alguma ficção.

    Pode parecer bobagem, mas esses três simples itens se somados já nos dá um montante de uma hora. Uma preciosa hora em um dia em que temos alguns poucos minutos para almoçar. Uma preciosa hora em um dia que a jornada de trabalho soma umas doze. Uma preciosa hora no dia em que a tua esposa está grávida. E ainda tem o detalhe de dormir.

    Comecei a escrever sem saber onde o texto vai parar. Será que dá para escrever assim? Beatnik? Que presunção.

    O fato é que hoje vim escrever meio que por obrigação. Já estou com sono (não sou daquelas pessoas que têm cruza com vampiro e ficam acordadas a noite inteira) e antes de ir para os meus aposentos resolvi tentar manter essa rotina para ver se crio o hábito.

    PS: sou péssimo em criar hábitos.

    PPS: se forem saudáveis e/ou bons para mim, quase impossível.

domingo, 13 de março de 2022

Alguém ainda lê?

    Acho que a resposta para a indagação acima seria: pouco provável.

    E só conjecturo essa hipotética resposta graças ao meu incorrigível pensamento positivo. Hoje em dia, em tempos de microblog, micro vídeo (tá, esse termo não sei se existe. Mas o app existe, está lá) por que alguém se daria ao trabalho de ler algo que não fosse micro, instantâneo? Não sei. Até mesmo essa indagação me soa uma cópia barata de coisas que outros já pensaram, propuseram e escreveram.

    Acho que a resposta para a indagação acima seria: não. Ao menos não um blog.

    A máxima verdade é que também não é lá assim tão importante a leitura ou não dessas desconexas e soltas idéias por algum teórico leitor. Eu vi uma palestra em que um famoso rapaz (é, não lembro o nome dele) disse, dentre outras coisas, que 20 minutos de journaling ajudava a pessoa ser mais feliz. Eu com o meu inglês patético inicialmente pensei que era 20 minutos lendo jornal. Logo comecei a notar que as coisas não estavam fechando. Em uma rápida pesquisa entendi do que se tratava.

    Me surpreendi ao notar que ainda existe o Blogger. Me surpreendi.

    Acho que essa minha preocupação vai ao encontro das principais preocupações de toda uma geração. Vão olhar a minha foto? Vão olhar o meu vídeo? Sempre achei um pouco egocêntrico achar que nossas fotos, vídeos, microtextos são assim tão importantes. Com uma certa vergonha, admito que não sou superior a esses estímulos.

    Acho que já se passaram 20 minutos. Será que devo ficar revisando esses textos?

Assuntos triviais

    Para conseguir escrever todos os dias, acredito que precisarei escrever sobre assuntos do meu cotidiano. Não necessariamente uma reflexã...